"Muda o perfil da cidade, muda a economia, muda o social, muda o comércio, muda o turismo", afirma o líder comunitário José Pontes de Medeiros Filho.
Tudo o que foi incentivado quando a estatal inaugurou a usina para produzir biodiesel a partir de plantas como a mamona. Oito anos depois a unidade está fechando as portas. A Petrobras diz que isso faz parte de um plano estratégico para deixar a produção de biocombustíveis.
Desde o começo de novembro, a empresa reduziu a atividade na usina. Os empregados da Petrobras vão ser remanejados pra outros estados. Os 93 terceirizados vão perder os empregos.
Só alguns poucos funcionários vão continuar para fazer limpeza e manutenção das máquinas que continuam a ser operadas até que a usina seja vendida.
O fechamento da usina traz reflexos principalmente para o campo: pequenos agricultores de seis estados do semiárido forneciam matéria prima para o biocombustível. Um terreno, por exemplo, já foi repleto de mamona. Agora está à espera da chuva e sem a possibilidade de ter esta alternativa de produção.
O seu Francisco é um dos 1,3 mil agricultores que tinham contratos com a Petrobras: recebiam sementes, ajuda de custo por hectare plantado e, o principal, tinham venda garantida para a usina.
"Para mim valeu a pena, porque a gente vai refazer a entrega, pesa, aí nós íamos receber o dinheiro e quando chegava a gente fazia aquela bela compra", afirma o agricultor Francisco de Paulo Freires.
Agora, para os produtores, só resta a esperança na chuva e nas velhas culturas do sertão.
"Vou plantar só o milho e o feijão agora. É o jeito que tem", diz o agricultor Francisco de Lima.